sexta-feira, 2 de abril de 2010

[Des]Gostos em comum

Para qualquer tipo de relacionamento entre pessoas exista é necessário que ambas as partes tenham algo para compartilharem. Há quem diga que todos os seres humanos têm algo em comum. Ou seja, é possível começar uma relação, seja qual for a espécie, com qualquer pessoa que esteja próxima.

No entanto, quando eu vejo alguém falando de algo que eu também não gosto me traz uma sensação de alívio. Meu complexo de culpa por não gostar de determinada coisa ou pessoa se esvai na hora. Por mais que não possamos gostar de tudo, às vezes, achamos que o problema é só com a gente por não gostarmos disso ou daquilo. Então, aparece alguém com um desgosto em comum. O funcionamento do desgosto em comum, na verdade, é o mesmo do gosto em comum. Os dois são regidos pelo “em comum”. Apesar disso, o desgosto tem algo a mais: a extinção de um complexo de culpa por sentir que somente eu não gosto de tal coisa.

Outra situação reconfortante é quando encontramos uma pessoa na mesma situação em que nos encontramos. Saber que há outras pessoas com o mesmo problema, ameniza a intensidade do nosso. Talvez é por isso que às vezes compartilhamos nossos anseios, dúvidas e medos. Nessas horas vemos que não estamos sozinhos com nossas neuras e dúvidas. Além de ser em grupo que achamos, às vezes, uma solução para estas.

publicado originalmente no chiclé clichê, em 07/09/08.

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