Mostrando postagens com marcador (des)abafos. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador (des)abafos. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

viver e escrever.

Sei que tenho postado pouco. Praticamente nem venho mais aqui. Sentir a distância entre a escrita e o vivido. E o peso de cada um...
“Escrever é uma questão de devir, sempre inacabado, sempre em vias de fazer-se, e que extravasa qualquer matéria vivível ou vivida. É um processo, ou seja, uma passagem de vida que atravessa o vivível e o vivido”. (Gilles Deleuze)
Continuo escrevendo. Dessa vez, as páginas da minha vida, o que difere muito da escrita que ganha(va) forma aqui. Em breve, volto. Porque quando se para, é para pegar mais fôlego...

sábado, 27 de fevereiro de 2010

do sentido da vida.



dias desses, após a notícia de suícidio do alexandre mcqueen, falaram assim: eu ainda vou entender o porquê de as pessoas cometerem suícidio. a minha pergunta dói mais. por isso, é mais angustiante: por que é que a gente tá vivo?

recorri ao leminski, que me disse o que eu já sabia:

"esta vida é uma viagem
pena eu estar
só de passagem"

em meio à chuva, e aos prantos, apertei o player do cd, e me encontrei na voz da paula toller.

Eu perco o sono e choro
Sei que quase desespero
Mas não sei por quê

A noite é muito longa,
Eu sou capaz de certas coisas
Que eu não quis fazer.
Será que alguma coisa,
Nisso tudo, faz sentido?
A vida é sempre um risco,
Eu tenho medo do perigo.

Lágrimas e chuva
Molham o vidro da janela
Mas ninguém me vê
O mundo é muito injusto
Eu dou plantão nos meus problemas
Que eu quero esquecer

Será que existe alguém
Ou algum motivo importante
Que justifique a vida
Ou pelo menos este instante

Eu vou contando as horas
E fico ouvindo passos
Quem sabe o fim da história
De mil e uma noites
De suspense no meu quarto

[grifos meus.]

e por mais que esse post esteja com um tom meio depressivo, lá no fundo, bem no fundo, algo grita que a vida vale a pena, apesar de todos os pesares. mesmo que do pó vieste, e ao pó voltarás.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Vem de dentro, sai para fora

Chegou, cumprimentou e correu para o divã. Desatou a falar, com um desespero que lhe era habitual:

- Seguinte, acho que hoje é nossa última sessão. Decidi me mudar. Não sei para onde, até porque não tenho nenhum lugar para me ancorar, mas tenho pensando em São Paulo. Cidade mexe com a cabeça da gente. Deixa a gente de um jeito louco. Melhor, permite a gente ser insano sem ter problema algum com isso. Porquê de eu ter tomado essa decisão? Cansei, cansei dessa cidade. Tudo o que eu tinha para descobrir, eu já descobri. Eu quero viver de novo aquelas sensações de descobrir um mundo que se oferece ali, bem embaixo do meu nariz. Cansei de ir às mesmas festas, ver as mesmas pessoas e ter as mesmas sensações. Faz tempo que não chego em casa eufórica. Rindo e chocada, ao mesmo tempo, com os acontecimentos da festa. Não quero ficar eufórica, e achando tudo lindo e maravilho. Nunca tive essa pretensão, nem quero ter. Mas queria ficar com aquela sensação.

Como assim, não adianta eu fugir que todos esses fantasmas vão fugir comigo?! Grande merda, se for assim. Vou ir pra São Paulo, e depois quererei ir para New York, Paris. E de galho em galho, eu vou pular. Triste vai ser quando eu chegar à velhice, e me dar conta de que não terei me fixado em nenhum lugar. Em compensação, terei vivido intensamente, se é que assim posso dizer. Sim, é meu jeito de ser assim. Conquistar coisas não é problema para mim, difícil é manter. Custa-me um preço muito caro manter as coisas. Eu entendo que é preciso perder um pouco da liberdade e se apegar às coisas. Viver é isso. Ir fazendo concessões o tempo inteiro. Em nome dos sentimentos ir se sacrificando. Tem coisa mais louca que isso? Daqui um pouco eu vou esquecer de mim, por conta de um terceiro. Mas, o preço é alto. Para que mandar alguma coisa ao concerto, quando eu posso muito bem comprar um novo?

É, infelizmente, não poderei nascer novamente, mas quem sabe eu possa me reinventar? Tava pensando em cortar o cabelo. Comprar umas roupas novas. Dar um alô pro Guilherme, e parar de escapar como uma ex-presidiária dele. Quem sabe pinta um rolo, e volta o colorido. Não sei. Talvez eu possa fazer um curso de fotografia, ou de culinária. Eu deveria mesmo é cuidar desse corpo, mas tenho horror à ideia de ir à academia. Talvez isso seja outra coisa que deva mudar.

Sim, sim, nos vemos na próxima sessão – e sorriu.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

tudo ao mesmo tempo agora

passado presente futuro frustrações planos sonhos afetos família amores amigos carreira profissão trabalho drama sensações historias de vida amor sexo carne espirito artigos livros poemas crônicas astrologia incensos análises projetos festas shows teatro música casa cama mesa e banho roupas agenda horários dinheiro orçamento pagamentos correspondências filmes seriados novelas solidão sozinho medo de amar aflição conhecimento fotografia psicologia telefone numero mensagem twitter orkut msn e-mail mercado metáforas ironia interior cidade bordas rolos bolos bafos desabafos ambivalências discussões debates visitas bebidas álcool verdades insanidade post's blog escritos clarice caio drummond quintana foucault freud viagens capricornio aries sagitario ciencia clássico contemporâneo sonhador revolucionário café comidas receitas pré-prontos dinheiro dúvidas questões angústias não-soluções sono café brigadeiro falta controle poder praticidade mobilidade eles nos tu eu

assim mesmo, sem pontuação. tudo intenso, transbordando concomitantemente.