sábado, 27 de fevereiro de 2010

do sentido da vida.



dias desses, após a notícia de suícidio do alexandre mcqueen, falaram assim: eu ainda vou entender o porquê de as pessoas cometerem suícidio. a minha pergunta dói mais. por isso, é mais angustiante: por que é que a gente tá vivo?

recorri ao leminski, que me disse o que eu já sabia:

"esta vida é uma viagem
pena eu estar
só de passagem"

em meio à chuva, e aos prantos, apertei o player do cd, e me encontrei na voz da paula toller.

Eu perco o sono e choro
Sei que quase desespero
Mas não sei por quê

A noite é muito longa,
Eu sou capaz de certas coisas
Que eu não quis fazer.
Será que alguma coisa,
Nisso tudo, faz sentido?
A vida é sempre um risco,
Eu tenho medo do perigo.

Lágrimas e chuva
Molham o vidro da janela
Mas ninguém me vê
O mundo é muito injusto
Eu dou plantão nos meus problemas
Que eu quero esquecer

Será que existe alguém
Ou algum motivo importante
Que justifique a vida
Ou pelo menos este instante

Eu vou contando as horas
E fico ouvindo passos
Quem sabe o fim da história
De mil e uma noites
De suspense no meu quarto

[grifos meus.]

e por mais que esse post esteja com um tom meio depressivo, lá no fundo, bem no fundo, algo grita que a vida vale a pena, apesar de todos os pesares. mesmo que do pó vieste, e ao pó voltarás.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Ela e as outras.

Ela. Portadora de um grande senso de humor, inteligente, simpática, sociável e digna de se ter uma amizade. Um porém: encalhada. Sua vida só não é uma piada porque só seria cômica, se não fosse trágica. “Não quero me amarrar”, “Só quero me dedicar aos estudos”e “Adoro minhas amigas” sempre surgem em sua fala na vida cotidiana. Três fases que dizem muito: seu horror a compromissos, a consciência de que não precisa do príncipe encantado para se divertir, além de seus vários projetos na vida profissional. Se ela não pensa em compromissos, sua mãe não vê a hora em que a filha se aquiete, crie juízo e seja igual a todas as outras.

As outras. Aquelas que, ao escolherem o amor e a dedicação, tiveram como destino pilotar fogões, planejando a rotina da casa dia por dia, criando filho por filho. E, para o kit ficar completo, aguentando aquele, sim, aquele a quem elas juraram compromisso até a hora da morte.

Ela. Numa corrida desesperada atrás de si, acabou se descobrindo. Sua personalidade, suas características, suas qualidades e seus defeitos. Conhecer quem ela era garantiu-lhe saber até onde e o quão fundo poderia pisar. Então, com medo de se machucar, entregou-se totalmente raras vezes. Mal conhecia e já pulava fora, tamanho o medo de decepções futuras. Ela não sabia que a vida era isso mesmo, e só vence quem não se deixa abalar por elas. Sua vida tinha um colorido especial, mas ela não sabia do colorido que poderia ter. O tom azul céu às vezes aparecia. Era necessário mais rosa, mais vermelho. Mas o medo existia. Ela nem sabia, não tinha ciência da razão pela qual não havia se entregue ao amor ainda.

As outras queria sua independência e sua autonomia. Ela, a solteirona, devassa, pecadora... Ela que só queria saber de curtir a vida. Simplesmente viver, sem ligar para conseqüências. Conseqüências que as outras amarguravam até hoje. Em nome do amor pelo amado e pelos filhos, as outras se esqueceram de lembrar-se um pouco de si. Entretanto, sua vida tem outro colorido. O do afeto, preenchido por outrens, seja com amor, seja com dor.

Ela, aquela, enquanto isso, devido ao tempo que tem disponível, preenche com o que a diverte: arte, festas, amigas e uns pretendentes de vez em quando. Ela que deitava a cabeça e sentia que não era de ninguém, além de si mesma. E sentia um vazio e morria de inveja das outras, deitadas e acompanhadas. Ela que desfilava, jogando na cara sua total liberdade. Ela que não sabia que havia uma parte em si que só desejava ser amada.

Ela e as outras. Cada uma vivendo em seu mundo. Cada uma com suas escolhas. Cada uma pagando seu preço. Cada uma pagando com a sua moeda.

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a quem interessar possa, habilitei os comentários para quem tem conta google. o comentário de vocês me interessa muito sim. tá?

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Das coisas que eu não entendo.

Infelizmente, sou do tipo que assiste a filmes, um (se não dois ou mais) anos depois do seu lançamento. A questão é que assisti Marley e Eu. O filme, como provavelmente todos devem saber, conta a história de um casal, que depois vira família, e as peripécias de seu cachorro. Em todos momentos da vida deles, o cachorro estava lá. Seja quando as pessoas estavam tristes, seja quando elas se irritavam por causa do cachorro que não tinha um temperamento lá muito fácil.

Saindo dos detalhes da história, e chegando a uma das questões do filme: o amor. Esse sentimento incondicional por outrem. Nesse caso, um cachorro. Dá para se afirmar que é a coisa mais natural do mundo ter um animal de estimação. Eles nos recebem quando chegamos em casa, nos dão carinho (da forma deles, é claro), não brigam, não contestam nossas opiniões e vão estar do nosso lado o tempo inteiro. Dizem que o cão é o melhor amigo do homem. Não sei, nunca tive um. O máximo que tive de cachorros foi um trauma, que não vem ao caso.

Os sentimentos que nutrimos pelos animais de estimação às vezes supera os que temos por seres humanos. Seres vis, que vira e mexe nos decepcionam. Que depois de anos de dedicação, vão embora. Que terminam uma relação, pela qual tu batalhaste por anos. Que dizem, e depois desdizem. Que fazem tantas coisas. Esse amor excessivo pelos animais me é chocante, e ao mesmo tempo é tão do humano. Quando penso que tem muita pessoa perdida por aí que está em péssimas condições, sem ter um prato de arroz para comer, enquanto muitos animais são tratados com frutas e outras tantas regalias. Quanta gente sem ter o que vestir, e aquele poodle com um modelito exclusivo. Definitivamente, não dá para explicar. Sentimentos não se traduzem em palavras, simplesmente são sentidos. E são uma coisa louca, insana. É óbvio dizer, mas as emoções são totalmente sem razão.

Vão me apedrejar e dizer: tu falas isso, por não ter animais de estimação. Talvez sim, talvez não. Apesar de tantas bárbaries que o humano cometa, eu tento não perder a fé nele. Nem sempre é viável, mas a gente tenta. Tenta porque é humano também.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Um ano depois de um amor no verão


E eu, volto aqui, um ano depois para falar ainda sobre o status daquela menina. Aquela que contei a história no Chicle Clichê. O quanto uma pessoa muda depois de um ano? Ou melhor, o quanto traumatizada uma pessoa pode ficar após um ano? E pior, um simples acontecimento pode causar um trauma tão grande? Para essa menina, que se queixa até hoje, são questões que a atormentam. É, minha cara, não desista de tentar, embora já saiba o quão difícil são as coisas. Que o medo de ficar sozinha, não te faça se afastar das pessoas. Não me pergunta se vale a pena seguir em frente, mesmo sabendo que um dia as coisas possam vir a acabar. A vida é isso. E, sim, tu sabes que tem que começar a entender que por mais que uma história tenha tido um desfecho triste não significa que ela não tenha valido a pena. Esse teu coração anda agoniado, com medo, mas um dia ele vai ter as respostas para essas perguntas que o mobilizam. Tudo a seu tempo. Não na velocidade que a gente deseja, mas na velocidade que as coisas devem ser. Ah, antes que eu me esqueça, não é construindo muros que tu não vais se machucar. Isso só vai afastar as pessoas, e, consequentemente, não te fará viver uma vida que tenha valido a pena.

Para ouvir lendo:


segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Vai passar, tu sabes que vai passar.

Sou do tipo de pessoa que acha que o que é bom deve ser compartilhado. Esse texto é ideal para aqueles momentos em que tudo que a gente precisa é de um ombro amigo, uma vez que não há o que fazer a não ser esperar. Infelizmente o mundo não anda no nosso ritmo. Mas às vezes, a gente não anda no ritmo do mundo.

Claro que o texto tinha que ser do Caio Fernando Abreu. Ia grifar uns trechos, mas fiquei com preguiça. Talvez o faça depois.

Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está ai, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada “impulso vital”. Pois esse impulso às vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te supreenderás pensando algo como “estou contente outra vez”. Ou simplesmente “continuo”, porque já não temos mais idade para, dramaticamente, usarmos palavras grandiloqüentes como “sempre” ou “nunca”. Ninguém sabe como, mas aos poucos fomos aprendendo sobre a continuidade da vida, das pessoas e das coisas. Já não tentamos o suicidio nem cometemos gestos tresloucados. Alguns, sim - nós, não. Contidamente, continuamos. E substituimos expressões fatais como “não resistirei” por outras mais mansas, como “sei que vai passar”. Esse o nosso jeito de continuar, o mais eficiente e também o mais cômodo, porque não implica em decisões, apenas em paciência.
Claro que no começo não terás sono ou dormirás demais. Fumarás muito, também, e talvez até mesmo te permitas tomar alguns desses comprimidos para disfarçar a dor. Claro que no começo, pouco depois de acordar, olhando à tua volta a paisagem de todo dia, sentirás atravessada não sabes se na garganta ou no peito ou na mente - e não importa - essa coisa que chamarás com cuidado, de “uma ausência”. E haverá momentos em que esse osso duro se transformará numa espécie de coroa de arame farpado sobre tua cabeça, em garras, ratoeira e tenazes no teu coração. Atravessarás o dia fazendo coisas como tirar a poeira de livros antigos e velhos discos, como se não houvesse nada mais importante a fazer. E caminharás devagar pela casa, molhando as plantas e abrindo janelas para que sopre esse vento que deve levar embora memórias e cansaços.
Contarás nos dedos os dias que faltam para que termine o ano, não são muitos, pensarás com alívio. E morbidamente talvez enumeres todas as vezes que a loucura, a morte, a fome, a doença, a violência e o desespero roçaram teus ombros e os de teus amigos. Serão tantas que desistirás de contar. Então fingirás - aplicadamente, fingirás acreditar que no próximo ano tudo será diferente, que as coisas sempre se renovam. Embora saibas que há perdas realmente irreparáveis e que um braço amputado jamais se reconstituirá sozinho. Achando graça, pensarás com inveja na largatixa, regenerando sua própria cauda cortada. Mas no espelho cru, os teus olhos já não acham graça.
Tão longe ficou o tempo, esse, e pensarás, no tempo, naquele, e sentirás uma vontade absurda de tomar atitudes como voltar para a casa de teus avós ou teus pais ou tomar um trem para um lugar desconhecido ou telefonar para um número qualquer (e contar, contar, contar) ou escrever uma carta tão desesperada que alguém se compadeça de ti e corra a te socorrer com chás e bolos, ajeitando as cobertas à tua volta e limpando o suor frio de tua testa.
Já não é tempo de desesperos. Refreias quase seguro as vontades impossíveis. Depois repetes, muitas vezes, como quem masca, ruminas uma frase escrita faz algum tempo. Qualquer coisa assim:
- … mastiga a ameixa frouxa. Mastiga , mastiga, mastiga: inventa o gosto insípido na boca seca …

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Vem de dentro, sai para fora

Chegou, cumprimentou e correu para o divã. Desatou a falar, com um desespero que lhe era habitual:

- Seguinte, acho que hoje é nossa última sessão. Decidi me mudar. Não sei para onde, até porque não tenho nenhum lugar para me ancorar, mas tenho pensando em São Paulo. Cidade mexe com a cabeça da gente. Deixa a gente de um jeito louco. Melhor, permite a gente ser insano sem ter problema algum com isso. Porquê de eu ter tomado essa decisão? Cansei, cansei dessa cidade. Tudo o que eu tinha para descobrir, eu já descobri. Eu quero viver de novo aquelas sensações de descobrir um mundo que se oferece ali, bem embaixo do meu nariz. Cansei de ir às mesmas festas, ver as mesmas pessoas e ter as mesmas sensações. Faz tempo que não chego em casa eufórica. Rindo e chocada, ao mesmo tempo, com os acontecimentos da festa. Não quero ficar eufórica, e achando tudo lindo e maravilho. Nunca tive essa pretensão, nem quero ter. Mas queria ficar com aquela sensação.

Como assim, não adianta eu fugir que todos esses fantasmas vão fugir comigo?! Grande merda, se for assim. Vou ir pra São Paulo, e depois quererei ir para New York, Paris. E de galho em galho, eu vou pular. Triste vai ser quando eu chegar à velhice, e me dar conta de que não terei me fixado em nenhum lugar. Em compensação, terei vivido intensamente, se é que assim posso dizer. Sim, é meu jeito de ser assim. Conquistar coisas não é problema para mim, difícil é manter. Custa-me um preço muito caro manter as coisas. Eu entendo que é preciso perder um pouco da liberdade e se apegar às coisas. Viver é isso. Ir fazendo concessões o tempo inteiro. Em nome dos sentimentos ir se sacrificando. Tem coisa mais louca que isso? Daqui um pouco eu vou esquecer de mim, por conta de um terceiro. Mas, o preço é alto. Para que mandar alguma coisa ao concerto, quando eu posso muito bem comprar um novo?

É, infelizmente, não poderei nascer novamente, mas quem sabe eu possa me reinventar? Tava pensando em cortar o cabelo. Comprar umas roupas novas. Dar um alô pro Guilherme, e parar de escapar como uma ex-presidiária dele. Quem sabe pinta um rolo, e volta o colorido. Não sei. Talvez eu possa fazer um curso de fotografia, ou de culinária. Eu deveria mesmo é cuidar desse corpo, mas tenho horror à ideia de ir à academia. Talvez isso seja outra coisa que deva mudar.

Sim, sim, nos vemos na próxima sessão – e sorriu.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Oxigênio, amigos, dinheiro e carinho

Querido Renato,

Estou te escrevendo porque sei que tu me compreendes bem, tanto quanto um analista, mas não cobra para tanto. Ultimamente tenho sentido tantas necessidades.

Ando precisando de oxigênio. Tô meio sufocada, sabe. Viver sufoca a gente. Dizem que a intensidade da tua vida é medida pela quantidade de vezes que te faltou o ar. A minha deve estar sendo bem intensa. Me acordo no meio da noite, com uma falta de ar. Vou ser asfixiada por alguns amores, mas acho que mais pelas dores e assemelhados. Talvez tudo seja uma puta besteira e eu seja uma típica rainha do drama. Mas vem cá, por ser drama, não tem fundamento?

Tô precisando de amigos também, Renato. Do tipo da nossa amizade, parceria mesmo. Seja pra ficar discutindo essa coisa louca que é viver, seja pra ir em qualquer bar beber, ou até mesmo pra ir vezenquando nas nossas dançantes noites. Com qualquer grupo de amigos, me sinto deslocada. As gurias tu sabes como andam: só sabem falar sobre roupas & grifes, e sobre a dificuldade de manter essas compras. Às vezes, falam sobre homens. E como tu bem, sabes, ando tão complexada que prefiro nem tocar nesses assuntos. Tem a galera lá do trabalho também, mas não me sinto confortável. Sou falha, e não perfeita. E aquilo, vira uma guerra fria, que socorro!

E dinheiro... Esse desgraçado que destrói tantas coisas. Destrói quando tu não o tem para poder construir. A gente vai sobrevivendo mês a mês. Quando dá, faz uns bicos para ter um pouquinho a mais no final do mês. Queria tanto dar uma ajeitada aqui em casa, decorar mais e melhor, comprar umas roupas novas e uns livros. Queria viajar também, tô precisando sair de mim mesma, me permitir cometer essas loucurazinhas que a gente só se permite se estiver em viagem. Dizem que dinheiro não traz felicidade, mas traz conforto. E isso é o que tô precisando agora. Às vezes, me permito uns luxozinhos básicos. Ontem mesmo tomei uma garrafa de Chardonnay, mas, por conta disso, nem almocei. Louca e insana, essa tua amiga.

Sem dinheiro, sem amor: totalmente fudida, cara. Não tem noção do quanto tô precisando de carinho. Sexo a gente faz, e faz muito bem. Quando quer, com quem quiser. O problema é quando a gente acorda no outro dia, e dá aquela vontade de ficar conversando sobre as coisas da vida, mas tu sabes como é. Não rola. Quase sempre me sinto meio carente, meio doente por um afago do tipo de mãe quando cuida da gente. E é difícil de encontrar uma mão que acaricia. Geralmente, elas vem curtas, rápidas e pesadas como um tapa.

Te disse né? Preciso de oxigênio, preciso ter amigos, preciso ter dinheiro, preciso de carinho. Me escreve que muito preciso das tuas palavras.

Sempre tua,

Maria Clara.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Obcecado, eu?

Uma amiga leitora me escreveu dizendo que a minha obsessão por relacionamentos, que atravessa grande parte dos posts desse blog, a irrita. E de fato essa obsessão me intriga há muito. Talvez hoje eu deva falar de mim. Ou seria da minha obsessão?

Não sei quando, nem como ela começou. Pode ter sido no jardim da infância quando as professoras contavam as lindas (ou, por terem deixados marcas profundas, seriam elas terríveis?) histórias dos contos de fadas. Ou foi na adolescência em que eu ouvi muita música pop que cantava o amor idealizado? Talvez tenha sido na adolescência quando alugava de três a quatro comédias românticas, e esse era o meu final de semana.

É tanta teoria que impede a prática de ser vivida. A idealização de alguém que virá para completar o que supostamente está faltando só acaba com uma possível vida amorosa por vir. Lembro de uma frase de Samantha Jones, Sex and the City, que ela disse que mesmo estando com um homem, ela se sente sozinha. Buscar alguém para tapar um buraco, é só se deparar mais ainda com ele, uma vez que ninguém o tapará, nos completando dessa forma. Metade da laranja só funciona com laranja. Além disso, ficar procurando o tempo inteiro a alma gêmea é uma das maiores furadas em que podemos nos meter.

Outro erro é o de achar que se a nossa vida amorosa estiver bem, tudo estará. Isso veio de Will and Grace, em uma cena que eles analisam os diversos aspectos da vida e todos estavam muito bem, obrigado. Exceto a vida amorosa, o que os fez proferir uma enganosa frase: Se a vida amorosa não está bem, a vida não está bem. Ter amigos, realizar-se no trabalho, ter uma família, e ter uma saúde boa não contam na multiplicação cujo resultado é a felicidade. A ausência do amor implica na presença do número zero, o que anula toda multiplicação, nos condenando à infelicidade?

Por mais que o tema me intrigue, não existe receita para encontrar um amor. Muito menos, a nossa felicidade deve ser depositada única e exclusivamente em cima de uma pessoa. Talvez tudo o que eu tenha escrito sobre o amor é pura bobagem, pura besteira... Mas lembro-me de uma frase do Norman Mailer, usada pela Martha em uma de suas crônicas, "As pessoas procuram o amor como solução para seus problemas, quando o amor é a recompensa por você ter resolvido seus problemas”. Alguém tem o telefone de um bom analista?

oPS: vou tentar parar de falar somente sobre relacionamentos. (:

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

o jeito certo

Às vezes, a gente encontra algo que diz tanto. Tem coisas que a gente já sabe, mas precisa constantemente que os outros nos lembrem. Li, e somente sorri.
"Não tenha medo, menino. Você vai encontrar um jeito certo, embora não exista o jeito certo. Mas você vai encontrar o seu jeito, e é ele que importa. Se você souber segurar, pode até ser bonito." Caio Fernando Abreu. O essencial da década de 1980.