quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

tudo ao mesmo tempo agora

passado presente futuro frustrações planos sonhos afetos família amores amigos carreira profissão trabalho drama sensações historias de vida amor sexo carne espirito artigos livros poemas crônicas astrologia incensos análises projetos festas shows teatro música casa cama mesa e banho roupas agenda horários dinheiro orçamento pagamentos correspondências filmes seriados novelas solidão sozinho medo de amar aflição conhecimento fotografia psicologia telefone numero mensagem twitter orkut msn e-mail mercado metáforas ironia interior cidade bordas rolos bolos bafos desabafos ambivalências discussões debates visitas bebidas álcool verdades insanidade post's blog escritos clarice caio drummond quintana foucault freud viagens capricornio aries sagitario ciencia clássico contemporâneo sonhador revolucionário café comidas receitas pré-prontos dinheiro dúvidas questões angústias não-soluções sono café brigadeiro falta controle poder praticidade mobilidade eles nos tu eu

assim mesmo, sem pontuação. tudo intenso, transbordando concomitantemente.

sábado, 16 de janeiro de 2010

medos

querer o sim e não se acostumar
com a solidão, o medo de amar
(Vem pra cá - Papas da Língua)
Assisti ao filme 500 dias com ela, um filme perfeito, excelente para pensar em várias coisas sobre o amor. Summer, a protagonista do filme, não acreditava em amor, enquanto que Tom cresceu acreditando desde cedo que existe “a” pessoa. A história é uma história, com momentos alegres e momentos tristes. Além disso, há algo que aparece no filme, e é muito presente na nossa realidade: o medo de se machucar.

Amar alguém pressupõe entrega. Às vezes, nos consideramos muitos valiosos para sermos entregues alguém. Às vezes, temos tanto medo de se machucar que não nos entregamos. Algumas vezes pode ser puro drama, outras vezes pode ter até ter fundamento. Lembrei da história de uma conhecida que conheceu um cara, começou a sair com ele, tava se divertindo, curtindo bons momentos. Porém, chegou um ponto em que ela não sabia o que fazer, pois por mais que o cara estivesse sendo legal, ela não queria se envolver porque ela sabia que ia se machucar. Sendo assim, sempre nos machucaremos? Obviamente que não, mas temos horror a isso.

No campo afetivo, temos dois medos que convivem conjuntamente na vida de uma pessoa: o medo de ficar só e o medo de se machucar. O primeiro nem precisa de explicação. O ser humano nasceu graças à sociabilidade, cresce dentro de um meio social, aprende a ter necessidades que foram construídas socialmente. Já o medo de se machucar aparece o tempo inteiro em pessoas que insistem em se manter solteiras. A sua forma de relacionar-se apresenta pontos limites, em que chega um momento em que eles decidem cair fora, porque cair dentro é equivalente a despencar de um precipício.

E se nos machucarmos, podemos seguir em frente? Mesmo com tantas decepções, possuímos forças para se apaixonar novamente? E é possível dar uma segunda chance a alguém que nos fez chorar tanto? Perguntas... Infelizmente não existem respostas prontas para essas perguntas. Respostas que se encontram no coração. Tudo é uma questão de seguir o que se sente e ir pelo caminho que isso indica.

Parabéns ao filme que mostra que mesmo ao se machucar não devemos perder a fé no amor.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

A mulher ruiva

A mulher ruiva é complexa. Se ela não nasceu com o cabelo vermelho, ela pinta. Pinta para mostrar fora o que tem dentro dela: um vulcão em erupção. Pronto para explodir. Pronto para dizer que dentro desse corpo bate forte um coração. A mulher ruiva tem dentro de si um pouco do mundo. Tem angustia, decepções, sonhos, amores, dores.

A mulher ruiva é determinada. Luta pelo que quer, independentemente do que vier. Sendo desse jeito, é óbvio que assusta os homens. Só sendo muito macho para agüentar a mulher ruiva. Para agüentar uma mulher de peito. Que preenche seu tempo livre com arte, literatura, exposições, cinema, música. Todas essas coisas que só reforçam seu estilo de ser, e que só mantém o fogo aceso.

A mulher ruiva acredita em príncipes encantados. Embora saiba que vive na realidade, e ele não pulará dos livros. Sabe que sua vida amorosa não é um conto de fadas. Pode ou não saber que, em partes, é sua culpa. Ela não deixou ninguém interferir em sua vida. Não abriu mão de nada por ninguém. O amor só sobrevive à base de concessões. E isso ela esqueceu de aprender.

Enquanto a morena é para casar, tantas decepções amorosas fazem parte do currículo da mulher ruiva que ela não sabe se o casamento foi feito para ela. Enquanto a loira faz as cabeças dos homens, a mulher ruiva faz questão de não ser somente um casinho passageiro na vida desses canalhas. A mulher ruiva só está sozinha por ser exigente demais. Está sozinha porque descobriu em si sua melhor companhia.

A mulher ruiva é como um palito de fósforo. Se você quiser, ele pode criar fogo. Se você quiser, ela pode queimar tudo. No fundo, ela é só uma menininha frágil que tenta se proteger de tudo. Tão frágil e com tanto medo de se quebrar que ela se tornou ruiva. A mulher ruiva não é só a cor de seu cabelo, é um estado de espírito. Ela é você. Ela sou eu. Existem várias espalhadas por aí.

sábado, 9 de janeiro de 2010

pegando o andar da fila

E, aí, meu, quantas minas tu pegou ontem?”Sinto uma ligeira incomodação ao ouvir a palavra pegar. Quem fala, nem se dá conta do que está falando. De uso corriqueiro e habitual, pegar é proferida o tempo inteiro.

O que ela esconde por trás? A idéia de que somos objetos para sermos pegados, usados e largados. Simples assim: me pega, me usa e me abusa. Ela encontra suporte nas raízes do machismo, em que a mulher nada mais é que um objeto a serviço do homem. Quem pega é o homem. Mulher não pega, mulher é pegada.

Algumas pessoas podem ter até uma certa facilidade de pegar e não se apegar. Porém, cedo ou tarde, uma hora acontece, essas pessoas vão se apegar. Apegar entra aqui como desenvolver algum tipo de afeto por outrem. Afeto este que não se desenvolve só com um mero pegar.

Parece que o pegar encontra ecos em outra frase muito utilizado também: A fila anda. Vem rolo, vai rolo e a fila anda. Não sei se alguém parou para pensar no significado dessa frase, mas ela dá a idéia de que somos uma máquina. Você escolhe uma opção, obtém a prestação de serviço, e voilá próximo da fila!

São palavras e frases que dizem muito da forma de relacionar-se na contemporaneidade. Tudo tem de ser rápido, com o máximo de eficácia (leia-se prazer), e de olho no próximo investimento. Ninguém está interessado em desenvolver algo mais forte, digno de ser chamado de amor. Tudo fica no plano da paixão.

Aí alguém levanta e grita: é, mas as avós de outrora tiveram de pagar um preço chamado de silencio muitas vezes para manter seus casamentos. Não defendo que isso seja bom, nem que a forma de se relacionar atual é ruim. Formas de existir, precisamos encontrar a nossa. Coloco fé nem em um extremo, nem em outro. Sempre tentando alcançar o meio termo – tarefa árdua.

sábado, 2 de janeiro de 2010

No fim, tudo dá certo

Em momentos difíceis, de muita luta e batalha pelos objetivos que pretendemos alcançar, a clássica frase sempre é proferida: tudo dá certo no fim; se ainda não deu, é porque não chegamos no fim. A frase dita, reconforta. Cai como remédio para aquela constante dor que carregamos. Desiludidos, necessitamos dessa frase para ganhar força e seguir em frente.

Seguir em frente é chegar no fim. Até que não dá certo, não paramos de tentar. Até não dar certo, não cessa nossa batalha. Durante o processo de chegar ao topo da montanha, muitas vezes nos resta o desânimo, já que temos a sensação de não sairmos do nível do mar.

Chegamos no alto da montanha, bingo! Sua felicidade está garantida. Tudo deu certo, chegamos ao fim. Porém, a vida é cíclica. A cada fim, um novo começo. Ao chegarmos no topo da montanha, somos agraciados com novas visões. Novos caminhos são vistos, novos planos são traçados.

A real mesmo é que a vida é cíclica. O fim de um ciclo é o início de outro. Chegar no fim de cada etapa é o que move nosso viver. Isso me lembra os contos de fadas, em que somos fadados a acreditar que um dia seremos felizes. Essas fantasias que servem para levarmos a vida em frente, mas que no fundo mesmo só nos fazem sofrer. Felizes para sempre... Para uma solteira, indefesa, desejante de um amor que a salvará, é obvio que casar com o príncipe encantando é ser feliz para sempre. Tendo essa pobre menina desencalhado, bingo, sua felicidade é infinita.

Entretanto, lá vem a vida, nos mostrando a batalha diária, que é manter um casamento, respeitar o outro, a nossa relação com ele, exigir seu espaço, fazer concessões... Tarefinhas nada fáceis para um feliz para sempre. No entanto, isso faz parte da vida. E a vida não para. Dessa forma, a cada conquista, desapontam novas possibilidades em nosso horizonte. O único fim que cessa esse processo é a morte.

_______

Aproveitando o cíclico da vida, decido começar mais um blog com o início de mais um ano.