sábado, 13 de março de 2010

O que nos define?

Currículo foi uma forma que encontramos para dizer quem somos, o que fizemos, e nossos prováveis interesses. Fazemos cursos, vamos a congressos, apresentamos trabalhos, entre tantas outras coisas que são passíveis de acrescentarem uma linha naquela folhinha mágica, que pode virar páginas e páginas, intermináveis...

Histórico escolar é outra coisa que é requisitada algumas vezes. Quanto maior o numero de conceitos A, melhor?! A questão é o quanto que aquele A realmente significa o que ele realmente é? E o que aquele C, que ninguém quer, realmente transmite? Aluno que não se envolveu com a cadeira, professor indisposto a de fato ensinar, falha na relação professor-aluno, problemas na vida pessoal no dia da avaliação, entre tantas outras coisas que o histórico escolar não revela. Ele somente revela um conceito obtido pelo aluno, enquanto ele teve uma vida inteira para dar conta.

Certamente que currículos, históricos, perfis em redes sociais dizem muito de nós. Não tem como negar isso. O problema é que as margens desses papéis estão bem definidas. O formulário dá espaço para poucas coisas. Tem muita coisa que fica dita pelo não dito. Há tantas coisas que ficam nas entrelinhas. E ninguém está interessado, muito menos quer saber, o que há nessas entrelinhas. E assim vamos delineando as margens que dizem quem somos...

A propósito, quem somos nós? Como a gente é o que a gente é? Nossos gostos, escolhas, currículos, estilos de vida nos definem? A complexidade faz parte da natureza humana e não há como negar esse fato. Gostar de sertanejo significa que eu sou uma má pessoa? Dançar funk e pagode é sinônimo de falta de classe? Ser de esquerda é melhor que ser de direita? Ser assim é melhor que ser assado? O que nos faz ser melhor um que os outros? As titulações? Quem dera! Existe tanta gente sem títulos, mas que vale por muita gente muito bem graduada por aí.

Julias, Joãos, Marias, Pedros, Paulos... Pessoas que sabem valorizar a vida, simplesmente vivendo. Não caindo numa busca desenfreada por títulos, o que cá entre nós é bastante angustiante. Ficar o tempo inteiro procurando por mais e mais ostentações só gera cansaço. Faz mal pro ego ficar numa busca incansável por algo que nunca será encontrado. Afinal, quando se alcança um objetivo, logo vem outra meta para ser alcançada. E o processo todo é recorrente.

Bom mesmo é se dar conta da imensidão que somos. O preço da liberdade que temos em ser o que a gente quiser ser. Um adulto que gosta de quadrinhos, não te impede de ser um bom namorado. Uma mulher que coleciona bonecas não te impede de ser uma boa mãe. Gostar de alguém do mesmo sexo não te impede de ser um bom filho. Ter falhas não te impede de ser uma pessoa de sucesso. Existem várias maneiras de ser e estar no mundo. Descubra a sua, nunca esquecendo de se divertir sempre.

Um comentário:

  1. O primeiro passo para que "vençamos" na vida é reconhecer as nossas falhas e aprender a lidar com elas. É assim que melhoramos, é assim que evoluímos.

    Vivemos em um mundo de curiosidades, de peculiaridades e de formalidades.

    Há um mix diferente em cada pessoa, que a torna única. E ser único é o barato de ser humano.

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