E a gente sofre...
Um possível desfecho é seguir a lição de alguém que provavelmente sofre desse mal, Bree Van de Kamp: tomar um chá.
Camomila, por gentileza!
Sara era uma garota de 16 anos que como toda brasileira não tinha nada para fazer no domingo. Decidiu ir ao clube. Foi até o guarda-roupas, e pegou o último biquini que havia comprado. Logo depois, pegou um dinheiro e partiu em direção ao clube.
Chegando lá viu que tinham instalado uma rampa para as pessoas escorregarem e depois caírem na água. Procurou um lugar para deixar suas coisas e foi para a água. Foi uma vez na dita rampa e gostou. Não deu outra: continuou a brincar na rampa sem parar.
Depois que ficou enjoada de subir as escadas e escorregar decidiu ir tomar um pouco de sol, pois, como qualquer mulher pensa, aquela marquinha de biquini daria aquela inveja nas amigas.
Passou o bronzeador, deitou-se no sol e lá ficou torrando. Às vezes, ela se virava para bronzear ambos os lados do corpo. Numa dessas trocas de lado chegou um rapaz de 20 e poucos anos. Sara ficou tão encantada com o rosto, com o jeito de falar, com a boca, com a barba por fazer do rapaz que nem prestou atenção no que ele dizia. Enquanto ele falava, ela sentia que tinha conhecido sua alma gêmea. O rapaz com o corpo perto do seu deu-lhe uma sensação de paz enorme. O rapaz se retirou e Sara acordou do encanto. Conhecera sua alma gêmea e foi tão rápido que nem ao menos tinha prestado atenção no que ele dissera, ela tinha a certeza de que ele fizera um convite mas que tipo de convite?Sara pegou suas coisas e saiu decidida a procurar pelo rapaz!
Não me lembro quando foi que conheci a dita arte do desapego. Quando isso aconteceu, achei simplesmente demais. Talvez tenha sido numa comunidade do orkut, ou em um ppt que dizia que era preciso se livrar de certas coisas para ceder espaço para que coisas novas entrem na nossa vida. Isso é um tanto óbvio, mas nem por isso é preciso sair jogando todas as tuas coisas fora, não? Muito menos não se apegar às pessoas.“Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade.” Clarice LispectorEsses dias fui tomado de uma reflexão, e cheguei a conclusão de que gosto de histórias com final triste. Sabe aqueles dramalhões que no final ninguém fica com ninguém, tudo dá errado, e por aí vai? Depois de chegarmos à conclusão de que Felizes Para Sempre não existe, achamos que essas histórias opostas ao happy ending é que são veriditicas. No fundo, felizes para sempre não existe, mas que infelizes para sempre também não. A felicidade é uma questão de instantes. Hora sim, hora não.
E se, de repente, a gente não sentisse a dor que a gente finge e sente? (Chico Buarque)Como ser SÓ feliz? Sem criar dramas? Às vezes, a dor é tão prazerosa. E tudo o que dá prazer pode ser viciante, e aí começam os problemas. Ninguém nasceu pra ser mártir, muito menos para sofrer, ainda que existam alguns ensinamentos totalmente necessários de ser aprendidos e o único sentimento capaz de ensinar é a dor. Porém, da mesma maneira que felizes para sempre é uma utopia, sofrer sempre também é um martírio. Permitir-se! Dar-se o direito! De só ser feliz, e agora!
