terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Obcecado, eu?

Uma amiga leitora me escreveu dizendo que a minha obsessão por relacionamentos, que atravessa grande parte dos posts desse blog, a irrita. E de fato essa obsessão me intriga há muito. Talvez hoje eu deva falar de mim. Ou seria da minha obsessão?

Não sei quando, nem como ela começou. Pode ter sido no jardim da infância quando as professoras contavam as lindas (ou, por terem deixados marcas profundas, seriam elas terríveis?) histórias dos contos de fadas. Ou foi na adolescência em que eu ouvi muita música pop que cantava o amor idealizado? Talvez tenha sido na adolescência quando alugava de três a quatro comédias românticas, e esse era o meu final de semana.

É tanta teoria que impede a prática de ser vivida. A idealização de alguém que virá para completar o que supostamente está faltando só acaba com uma possível vida amorosa por vir. Lembro de uma frase de Samantha Jones, Sex and the City, que ela disse que mesmo estando com um homem, ela se sente sozinha. Buscar alguém para tapar um buraco, é só se deparar mais ainda com ele, uma vez que ninguém o tapará, nos completando dessa forma. Metade da laranja só funciona com laranja. Além disso, ficar procurando o tempo inteiro a alma gêmea é uma das maiores furadas em que podemos nos meter.

Outro erro é o de achar que se a nossa vida amorosa estiver bem, tudo estará. Isso veio de Will and Grace, em uma cena que eles analisam os diversos aspectos da vida e todos estavam muito bem, obrigado. Exceto a vida amorosa, o que os fez proferir uma enganosa frase: Se a vida amorosa não está bem, a vida não está bem. Ter amigos, realizar-se no trabalho, ter uma família, e ter uma saúde boa não contam na multiplicação cujo resultado é a felicidade. A ausência do amor implica na presença do número zero, o que anula toda multiplicação, nos condenando à infelicidade?

Por mais que o tema me intrigue, não existe receita para encontrar um amor. Muito menos, a nossa felicidade deve ser depositada única e exclusivamente em cima de uma pessoa. Talvez tudo o que eu tenha escrito sobre o amor é pura bobagem, pura besteira... Mas lembro-me de uma frase do Norman Mailer, usada pela Martha em uma de suas crônicas, "As pessoas procuram o amor como solução para seus problemas, quando o amor é a recompensa por você ter resolvido seus problemas”. Alguém tem o telefone de um bom analista?

oPS: vou tentar parar de falar somente sobre relacionamentos. (:

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